
Angola: realização de uma conferência nacional, falta de diálogo social e riscos constantes a nossa sociabilidade
Washington D.C – No tempo de Eduardo dos Santos, a realização de uma conferência nacional com a participação de todas as partes interessadas importantes — seria, do ponto de vista moral, um grande impulso em prol do desenvolvimento da consciência cívica.
Nos últimos 6 anos, a ganância, a arrogância e a falta de vontade política — quanto a gestão do erário público e todos os “affaire d’État” — têm comprometido seriamente a credibilidade dos meios de comunicação social, as nossas relações humanas e o interesse em promover a saúde e o bem-estar das pessoas.
Não há ninguém que ganhe com isso: a auto-proclamação de vencedor de eleições de forma questionável e a imposição unilateral do pensar draconiano e impopular nas estruturas estatais e jurídicas nacionais só demonstram a nossa incapacidade de estabelecer um diálogo social, crítico e abrangente.
Expõe igualmente a ingenuidade do «Estado-Partido» reinante sobre a magnitude do relacionamento eficaz entre governantes e governados. Posicioná-lo em um lugar de mendicidade no referente às atrações de investimentos estrangeiros credíveis, imprescindíveis para o desenvolvimento de culturas de diversificação económica e a gestão sustentável dos recursos naturais.
Forçá-lo também a escolher contratações com altíssimas taxas de juros perniciosas as obrigações e necessidades nacionais.
Em parte, a presença de pessoas politicamente expostas no governo afugenta não só os empreendedores locais e internacionais sérios, mas também compromete os esforços na luta contra a corrupção e a criminalidade organizada.
E para um país que saiu de uma prolongada guerra civil num passado não longínquo, a organização de uma conferência nacional oferece uma oportunidade única de injetar novas esperanças de paz e unidade. Cria um processo de diálogo transparente e estruturado: fomenta e fortalece a nossa convivência social.
Seja quem for que estiver no poder e subestimar a importância do diálogo com a opinião pública sobre o modelo de governação, engajamento público e participativo amplo estará a perder a sua capacidade de conquistar a confiança e a adesão de grande parte dos cidadãos nacionais, especialmente.
—————————————————————
A national conference, lack of social dialogue, and constant social risks
Washington D.C –In Eduardo dos Santos’ time, holding a national conference with the participation of all critical stakeholders would, from a moral point of view, be an excellent boost for the development of civic consciousness.
In the last six years, greed, arrogance, and lack of political will – regarding the management of the public treasury and all the “affaire d’État” – have seriously compromised the credibility of the media, our human relations, and the interest in promoting people’s health and well-being.
There is no one to gain from this: the self-proclaimed winner of elections in a questionable manner and the unilateral imposition of draconian and unpopular thinking on national state and legal structures only demonstrates our inability to establish a social, critical, and comprehensive dialogue.
It also exposed the naïveté of the reigning “Party-State” about the magnitude of the compelling relationship between rulers and ruled. It places it in a beggar-thy-neighbor position when it comes to attracting credible foreign investment, which is essential for developing cultures of economic diversification and the sustainable management of natural resources.
It also forces you to choose contracts with very high-interest rates that are pernicious to national needs and obligations.
Local and international entrepreneurs are often scared away by politically exposed people in government, weakening efforts to combat corruption and organized crime.
And for a country that came out of a protracted civil war in the not-too-distant past, the organization of a national conference offers a unique opportunity to inject new hopes for peace and unity. It creates a transparent and structured dialogue process: it fosters and strengthens our social coexistence.
Leaders need to pay more attention to public opinion’s importance in the governance model, public engagement, and broad participation to maintain the trust of a majority of national citizens.
###
Prof. N’gola Kiluange ( Serafim de Oliveira)
Washington D.C
Prof.kiluangenyc@yahoo.com
Reblogged this on Angola Transparency.
LikeLike